Inconsistências Vitais

Se metade de mim é sertão, a outra é só revolta. A crise de identidade que me assola já dura uma vida inteira...me constituo em um sujeito opaco, as vezes até me convenço a me prender a algo, um esporte, um hobby...mas a metade revolta requer seu quinhão e a metade sertão lhe concede. Criticidade...nome de doença!

Soterrado vivo

Somos um amontoado de percepções alheias que nos emprestam, as absorvemos no ar, em ruídos, em imagens...renegamos algumas, talvez as renegadas sejam as mais importantes...

É por ai...

Se meu coração acompanhasse o resto de mim, nem sei o quão medíocre seria minha existência.

E assim a vida anda

Rusgas de tempos atrás ainda ditam meus passos...por que será tão dificil esquecer as amarguras vividas? Do que me fez sorrir ontem, não me lembro...mas do que me fez chorar...posso ditar os detalhes.
Uma coisa é certa: “não fomos feitos para perdoar”, nos acostumamos a perdoar para não revivermos os sofrimentos, dia após dia.
Um dia sabiamente me disseram: “se você olhar essa parede branca, não verá o branco (embora esteja perfeitamente pintada), mas encontrará alguma minúscula mancha...”
Assim somos.

Afirmações

A sobrevivência de uma idéia, ou opinião, talvez se apóie no principio da contraposição de outra idéia, a qual rejeitamos, que tem a principal tarefa de fortalecer o que acreditamos.

Visage

Por vezes me pergunto se somos reais, ou existimos apenas no mundo das idéias.
Quais são as faculdades que dispomos para realmente afirmar nossa existência?
Os sentidos aos quais nos rendemos, são viciados, sentem e afloram de acordo com nossas necessidades, e por mais que neguemos todos são completamente sugestionáveis, e portanto não confiáveis.
Da mesma forma, como pode restar a nós a missão de afirmar nossa própria existência? Não somos confiáveis, nossa sinceridade cultural, só afirma o que lhe é conveniente.

As vezes

A primeira vez que caminhei por aqui
Senti que seria a ultima
Mas todo dia me desespero e me acalmo
E as vezes ate acho que sou feliz