sexta-feira, 28 de maio de 2010

Rastros da Abstração

Um pensamento simples, onde não há linhas ou contornos quase reais, figurando uma realidade percebida e não existente...
É o encontro do feitor da obra com o branco da tela, sem que entre eles existam pensamentos figurativos ou românticos, admitindo apenas a presença das cores, e quando muito, da luz.
Não há avanços na percepção, na verdade, me parece que o objetivo é retroagir ao período mais simples da existência, onde a cognição não molda o percebido..., não há racionalização extremada, tudo é muito simples, e principalmente, doado a quem observa.

4 comentários:

  1. onde a cognição não molda o percebido é um bom lugar. se é possível alcançar, ae é outro problema :p

    antes de pensarmos estamos no mundo. mas estando no mundo, pensamos, e o pensamos. confesso minha má influência kantiana ao não poder enxergar espaço como nada mais do que uma intuição pura do ser humano, e tudo o que aparece aos nossos sentidos como meros fenômenos condicionados pela maneira de vermos. Se é assim, essa busca pelo momento anterior ao entendimento é em vão... pois que se imagine um unicórnio, ele não é lá grande coisa pra nossa impressão da realidade.

    mas se há nesse kantismo algo que racionalize a própria estética, há nele também provável chave de saída: a coisa em si mesma, que nosso entendimento não alcança senão por via negativa. Se não podemos saber o que ela é, só nos cabe buscar algo que não nossa faculdade de saber o mundo... talvez aí aja um instrumento para a arte.

    mas insisto: é só uma má influência da racionalidade deliciosamente necessária imposta pela filosofia de Kant, com a qual estou em bastante contato. Kant, pelo jeito, nunca pintou quadros.

    :p

    abraços

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  2. Uma bela discussão filosofica, contudo demasiadamente racional...acredito que na pintura, e em outras artes, isso fica pra um segundo momento, quando os filosofos eos criticos vão analisar o feito, no momento da criação é inviavel mensurar...depois de criada a obra pertence a quem a observa, e ai vc a racionaliza de acordo com sua vivencia,
    o quanto quiser...
    abraço

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  3. ainda que não se mensure, a própria noção de espaço já é um limite do artista. unidade, pluralidade, totalidade... categorias do entendimento, ou seja: nada que se faça se faz sem elas e, portanto, sem pensar. ou não?

    abraço

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