Há poucas coisas na vida que são consenso em nosso intimo, poucas passagens de nossas vidas se acomodam na “parede da lembrança” sem causarem transtornos ao serem revistadas, mesmo o que não é de pronto obscuro, com o passar do tempo e com as mudanças que sofremos se tornam pouco a pouco doloridas, ou por representarem um caminho abandonado o qual acreditamos que devíamos ter terminado de percorrer, ou por representarem um caminho que jamais deveria ter sido seguido. Do que não restam duvidas é que somos o que somos, um amontoado dessas lembranças, buscando cada dia mais, modificá-las.
Me encontro hoje no subsolo da existência criativa a que por muito tempo acreditei ser o caminho para a paz eterna, na qual encontraria o acalanto para a dor que administraria em minha vida, vez que criação sem dor é inconcebível, e dor sem criação é sofrer por nada. Mas o que faço hoje no arcabouço dos homens simples, seres que pensam dentro dos padrões e que se submetem a rotina exaustiva de trabalho técnico, procurando acumular riqueza o suficiente para levar a família para passear uma vez por ano ou vestir uma terno melhor do que aquele que vesti ontem? A Resposta procurada e proposta muitas vezes se esconde por detrás da busca por segurança, conveniência e outras baboseiras, ...não acredito nisso...., começo a acreditar que se me recolhi ao subterrâneo da criação foi por ter medo das lembranças a serem reviradas, ou seja, por não suportar a dor da própria criação.
Não me lembro com exatidão de quem foi a idéia, nem tão pouco a data precisa em que ela ocorreu, algumas vezes superestimo o seu valor, outras a renego, como se a trajetória enroscada na renegação dos valores postos houvesse me detido diante da realidade. Contudo há algo que não posso negar, o jorro incessante da sonoridade distorcida dos poucos acordes que me emprestaram ainda me arrepiam.
quinta-feira, 26 de novembro de 2009
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"vez que criação sem dor é inconcebível, e dor sem criação é sofrer por nada"
ResponderExcluirmassa!